Clínica de assistência terapêutica: conceitos da neuroarquitetura aplicados à saúde mental

Abstract

A presente monografia discorre sobre um tema que ganhou grande notoriedade após a pandemia do coronavírus, como os problemas de ansiedade e depressão desenvolvidos acentuadamente pela sociedade, ao ser privada de suas relações sociais, lidar com diversos tipos de perdas e enfrentar a auto reestruturação emocional. A arquitetura pode exercer influência na recuperação da saúde mental das pessoas afetadas, através de ambientes pensados para promover o conforto, bemestar e criar memorias afetivas com o local. Para isso, almejou-se a concepção de uma clínica terapêutica que abordasse em suas soluções projetuais os conceitos desenvolvidos pela neuroarquitetura, juntamente da psicologia ambiental, uma vez que ambas as temáticas estudam a interrelação entre homem e o ambiente em que está inserido, e estabelecem alguns critérios que podem ser adotados para que a experiência vivida pelo usuário seja potencializada, gerando satisfação e bem-estar. Ainda, explorou-se o conceito do ócio, para compreendê-lo como um instrumento de fuga e descanso fundamental para momentos de autoconhecimento, resultando em mentes mais saudáveis. Para estabelecer um referencial conceitual e prático, realizou-se dois estudos de casos: o centro médico psicopedagógico, localizado na Espanha, desenvolvido pelo escritório Comas-Pont arquitetos, e o hospital Sara Kubitscheck, de Salvador-BA, desenvolvido pelo renomado Joaquim Filgueiras Lima (Lelé). Dessa forma, com os embasamentos teóricos necessários, tornou-se possível estabelecer os elementos norteadores para o futuro projeto, como a disposição dos fluxos, a influência das cores, texturas e vegetação natural, que interferem na ambiência. Por fim, verificou-se as leis inerentes e pertinentes à tipologia construtiva de saúde, que estabelecem diretrizes a serem seguidas, além de diagnosticar a área pretendida para intervenção de acordo com as leis municipais da cidade de Muriaé-MG.