Correlação entre refluxo gastroesofágico e o processo de biocorrosão dentária: uma revisão de literatura

Abstract

A doença do refluxo gastroesofágico compreende a passagem involuntária do conteúdo gástrico, para o esôfago e boca. O ácido clorídrico que chega até a boca, contém enzimas proteolíticas do estômago e do pâncreas, que podem levar a perda de estrutura de esmalte e dentina nas superfícies palatinas dos dentes superiores e nas oclusais dos dentes inferiores. Diante disso, esse trabalho se propôs a relatar as manifestações clínicas que a biocorrosão acarreta aos dentes e descrever as alterações decorrentes do refluxo gastroesofágico no sistema estomatognático. Foram selecionados artigos nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico, utilizando as palavras chaves: suco gastroesofágico, erosão dentária e refluxo, no período de 2014 a 2022. Constatou-se que as desordens psiquiátricas podem interferir no desenvolvimento da doença do refluxo ao promoverem alterações na secreção e na percepção dos estímulos sensoriais do estômago, com desregulação da mucosa do mesmo. A saliva atua no ciclo de desmineralização e remineralização, diluição, limpeza, tamponamento e formação de película adquirida, de forma a evitar a perda de grandes quantidades de minerais durante os episódios de regurgitação. A dieta ácida é um fator que tende a agravar a biocorrosão, haja vista que um PH ácido tem a capacidade de desmineralizar e enfraquecer esmalte. A doença periodontal leva a retração gengival. Assim, pacientes que sofrem do refluxo gastroesofágico tem sua sensibilidade aumentada por causa de tal retração, e devido o contato com o ácido que é regurgitado. O tratamento odontológico tem um enfoque restaurador e objetiva manter o controle dos fatores de risco com a conscientização do paciente através de uma equipe interdisciplinar e a manutenção efetiva de uma boa higienização bucal.