Aspectos metabólicos e nutricionais da intolerância à lactose na primeira infância

Abstract

A primeira infância, compreendida entre o nascimento e os cinco anos de idade, é um período crucial no desenvolvimento físico e cognitivo de uma criança. Nessa fase, a alimentação desempenha um papel fundamental na promoção de um crescimento saudável e na prevenção de problemas de saúde a longo prazo. Algumas crianças podem apresentar intolerâncias alimentares, que são manifestações clínicas desencadeadas por alimentos, dentre estas, a mais comum considerando carboidratos é a intolerância à lactose. O trabalho visa analisar os aspectos metabólicos e nutricionais da intolerância à lactose na primeira infância explorando os principais sintomas, os fatores desencadeantes, as consequências nutricionais e as estratégias alimentares recomendadas para lidar com essa condição durante esse período crítico de desenvolvimento. O estudo foi estabelecido por meio de uma revisão bibliográfica, de caráter exploratório e descritivo através da utilização das bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs, utilizando materiais elaborados com artigos científicos, livros, teses e dissertações através do eixo temático proposto. Para que ocorra absorção intestinal da lactose, é necessário que ela seja hidrolisada em seus componentes monossacarídeos e, estes, sejam transportados através da mucosa intestinal. A redução da atividade da lactase normalmente ocorre completamente na infância, mas também pode ocorrer durante a adolescência, principalmente em indivíduos brancos. A incidência de intolerância à lactose (IL) costuma ser maior em crianças alérgicas ao leite de vaca e menores de um ano de idade. A intolerância à lactose é caracterizada pela deficiência total ou parcial da enzima lactase, aquela responsável por realizar a hidrólise da lactose. Os indivíduos que apresentam esse tipo de intolerância não são capazes de digerir a lactose. As manifestações clínicas características da IL são dores abdominais, desconfortos, flatulências, diarreias aquosas, vômitos, constipação, distensão abdominal, desidratação e possível desnutrição. A principal preocupação referente a restrição de lácteos durante a infância é a possível deficiência proteica, de cálcio, riboflavina e vitamina D, que possuem o leite e os seus derivados como fontes alimentares importantes. O tratamento mais eficaz é, de fato, a restrição total ou parcial do consumo de lactose. Existem também as medidas alternativas como o uso de probióticos e lactase exógena que variam os resultados pois dependem da reação de cada indivíduo. A terapia dietética, inclui o investimento em vegetais verde-escuros e peixes cartilaginosos, produtos com baixo ou nenhum teor de lactose e suplementos à base de cálcio e vitamina D.