Influência da alimentação no transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) no público infantil

Abstract

O TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade pode ser caracterizado como um transtorno neurobiológico com disfunção no córtex cerebral, mais especificamente no lobo pré-frontal. O funcionamento comprometido deste local no cérebro gera desatenção, inquietude e impulsividade. A hiperatividade e déficit de atenção são perceptíveis principalmente na fase da infância, podendo prolongar-se até a fase adulta. O estudo tem objetivo de Estabelecer as relações diretas e indiretas que a alimentação possui nas crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. O presente estudo foi estabelecido por meio de uma revisão bibliográfica de literatura sobre a influência alimentar no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças. Os critérios de inclusão foram artigos científicos que realizaram estudos de pesquisa com crianças com TDAH, abordando temas como perfil alimentar de crianças com o distúrbio e interferências da alimentação no tratamento e comportamento publicados nas bases de dados selecionadas nos últimos 15 anos. Em todos os estudos selecionados para esta revisão, as crianças entre 4 e 13 anos foram o público-alvo, todas com diagnóstico de TDAH (exceto as do grupo-controle saudável, quando existiram nas pesquisas). Os estudos se trataram, principalmente, de: avaliação do perfil nutricional de crianças com TDAH e efeitos da alimentação nos sintomas de TDAH. Uma dieta rica em alimentos ultraprocessados é inadequada para crianças dignosticadas com TDAH pois, muitos dos aditivos presentes na composição desses alimentos podem intensificar os sintomas do distúrbio. O alto consumo de ultraprocessados pela grande maioria das crianças com TDAH pode estar associada ao fato de que, geralmente, elas são impulsivas e possuem dificuldade de esperar, preferindo então alimentos prontos e rápidos para se satisfazer de forma rápida. Autores descreveram que crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade obtiveram duas vezes mais chances de ter comportamentos alimentares não saudáveis, principalmente quando ingeriam grande quantidade de bebidas açucaradas em comparação às crianças sem o transtorno. Estudo demonstrou associações positivas entre os sintomas do TDAH, como a desatenção e hiperatividade, e a responsividade alimentar e a alimentação excessiva emocional. Dados da literatura associam o TDAH à comportamentos de compulsão alimentar no início da adolescência devido a sintomas comportamentais como a impulsividade e perda de controle. As crianças com TDAH podem apresentar carências nutricionais devido ao mau padrão alimentar, bem como, existem nutrientes que podem ser benéficos à elas, sendo a inclusão de alimentos ricos em ferro, zinco, cálcio, ácidos graxos poliinsaturados ômega-3, vitaminas B-2, B6, B-12, K, E ou até mesmo suplementação desses nutrientes uma possível estratégia nutricional nestes casos. Este estudo tornou evidente a influência que a alimentação possui nos sintomas do TDAH, demonstrando como os alimentos ultraprocessados interferem negativamente nos sintomas ao passo que a alimentação saudável é de grande valia para o tratamento.