Conhecimento sobre diabetes e avaliação sociodemográfica, clínica e nutricional de idosos com diabetes mellitus frequentadores de um centro de convivência no município de Muriaé-MG

Abstract

Diabetes Mellitus é uma doença metabólica, multifatorial, caracterizada por hiperglicemias recorrentes. Dentre os fatores de influência, o contexto alimentar tem destaque. O autocuidado é parte integrante do tratamento, sendo importante que o indivíduo tenha conhecimento e desenvolva habilidades que o auxiliem. OBJETIVO: Avaliar o conhecimento sobre diabetes, hábitos alimentares e o estado nutricional de idosos com diabetes mellitus. METODOLOGIA: Estudo transversal, descritivo, realizado de maio a julho de 2023, em um centro de convivência no município de Muriaé – MG, após aprovação (parecer 6.035.225). Para tal, foi utilizado um questionário compreendendo dados sociodemográficos, história pregressa e consumo alimentar. O conhecimento sobre diabetes foi avaliado a partir do Diabetes Knowledge Scale Questionnaire. A classificação do estado nutricional, conforme referência, foi realizada após a avaliação antropométrica (peso e altura). Os dados foram analisados no programa Microsoft Excel® versão 2019. RESULTADOS: Participaram 50 idosos, com média de idade de 68,97 ± 5,65 anos, sendo 64% do sexo feminino e 72% com ensino fundamental incompleto. Dentre os avaliados, 72% apresentaram baixo conhecimento sobre diabetes. Cerca de 76% não sabiam informar o tipo de diabetes diagnosticado, 20% disseram ter diabetes tipo 2 e 4% tipo 1. Ainda, 66% não souberam indicar que, o não gerenciamento da doença poderia resultar em complicações. Referente ao consumo alimentar, verificou-se que 34,7% afirmaram consumir de uma a duas porções de fruta ao dia e 32% declararam não consumir nenhuma porção de fruta ao dia. Observou-se que 26% consumiam diariamente pelo menos um legume e 4% não consumiam legumes. Foi visto que 48% indicaram consumir um pão por dia, principalmente pão francês (89,8%), e, 18% relataram o consumo de bolos e/ou biscoitos pelo menos uma vez ao dia. Cerca de 82% afirmaram não consumir fast food, 44% não consumiam massas (macarrão e/ou pizza) e 64% alegaram não ingerir refrigerantes. Verificou-se que 58% preparavam as suas refeições e 8% realizavam acompanhamento nutricional. Quanto a ingestão hídrica, 18% disseram ingerir de 1,5 a 2 litros de água ao dia. Dentre os avaliados, 50% estavam eutróficos, 40% apresentavam excesso de peso e 10% desnutrição. CONCLUSÃO: Evidenciou-se baixo conhecimento da doença, hábitos alimentares que podem ser melhorados, como por exemplo o consumo diário de frutas e legumes, e também verificou-se o predomínio do preparo de refeições caseiras e considerável excesso de peso entre os idosos.